Não importa quanto você sabe sobr determinado assunto e sim quanto está disposto a aprender sobre ele.
Quando
estive na fazenda de Monty Roberts para aprender suas técnicas, de
todos os alunos eu era o que menos sabia. Lembro-me até hoje do momento
quando Monty pediu aos participantes que se apresentassem. “Meu nome é
Felix, sou um jóquei sul-africano e recordista de meu país em número de
vitórias em competições”, começou o primeiro. “Meu nome é John e sou
membro da equipe de hipismo da Austrália e estive nas últimas
Olimpíadas”, seguiu o próximo. E assim por diante, até chegar a hora em
que eu me apresentei. Sem saber o que falar, optei pela verdade. “Meu
nome é Eduardo, comprei uma égua pela internet, sofri um acidente e vim
aqui para aprender como lidar com ela sem usar violência”. Todos riram,
inclusive eu. O que eu não imaginaria é que aquele seria meu maior
trunfo neste curso. Ser uma folha em branco.
Quando ministro meus
cursos, posso perceber a dificuldade em aprender as técnicas do Join Up
pelas pessoas que possuem anos de experiência lidando com cavalos. O que
os atrapalha, em primeiro lugar, são os vícios e pré-conceitos que
possuem, que os impedem de adotar as técnicas desenvolvidas por Monty
exatamente da forma como são passadas. Em segundo lugar, estão tão
preocupados para não falhar em algo que alguém com muito menos
experiência que eles sobre cavalos aprendeu – no caso eu, que não
conseguem ter a calma ou a paciência necessárias para executar a
técnica.
Dentro do redondel é importante se livrar de todas
preocupações, preconceitos, pré-julgamentos e focar na comunicação que
deve ser estabelecida com o cavalo. Só assim é possível obter sucesso na
aplicação da técnica. Gosto de usar este exemplo como uma alegoria para
a vida. A humildade para aprender e a coragem de aplicar o método sem
interferências externas servem como fórmula de sucesso para muitas
outras coisas que fazemos com nossas vidas. Funciona com cavalos.
Funciona com pessoas. Boa sorte!
Fonte: http://www.mundoequestre.com.br/aprendizado/
Foto: arquivo Revista Mundo Equestre
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