Texto: MV, Msc. José Ronaldo Garotti – Membro do Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária CARE – Centro Avançado de Reabilitação Equina – Curitiba – PR.
Bibliografia – The North America Veterinary Clinics – Equine Praticioners – Purchase Examen
No inverno, as temperaturas caem e não somos apenas nós, humanos, que sofremos com a estação. Os cavalos de esporte, sempre sensíveis, acostumados a ter quatro paredes que o protegem do sol, do frio, do vento e da chuva, também sentem o frio e precisam de alguns cuidados extras.
No inverno, as pastagens sofrem com as baixas temperaturas e a produção de feno é afetada. É nesta época que o preço dos volumosos (feno/alfafa/capim) sobe, porém, a atenção do proprietário deve estar focada na qualidade da alimentação de seu animal. O veterinário das Fazendas Interagro, Alexander Bloem, ressalta que a administração de volumosos de baixa qualidade pode gerar cólicas por compactação.
Além da cólica, outras doenças costumam acometer os equinos nesta época mais fria, entre elas, a Gripe Equina, causada pelo Influenza Vírus, a Adenite Equina (o popular garrotilho) e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) – que consiste em um estado alérgico crônico com crises respiratórias.
No caso da Gripe e da Adenite, os animais suspeitos devem ser mantidos isolados dos demais. O ideal é que animais recém adquiridos sejam mantidos em quarentena antes de juntar-se ao grupo. “Como ambas as doenças são comuns onde há grande aglomeração de cavalos, é recomendado a vacinação dos animais que vivem em hípicas, grandes haras, ou ainda, os que participam de competições ou feiras agropecuárias”, recomenda Bloem.
Quanto à DPOC, a prevenção é feita com mudanças no manejo do animal, isto é, evitar friagens e choque térmico, manter a cama limpa e evitar o contato do animal com alergenos (ex: poeira, pólem). Fornecer feno úmido ou capim verde também é de vital importância.
É o inverno chegar para a pelagem dos equinos ficar mais espessa e comprida. Para um cavalo solto no pasto, a pelagem é um mecanismo de defesa que o ajuda a se proteger das baixas temperaturas e do vento gelado. Contudo, para um animal em treinamento esportivo, a pelagem muito grossa torna-se um problema já que dificulta a secagem do animal após os exercícios. Um cavalo com a pelagem longa que sua constantemente e toma banhos está mais suscetível a problemas de pele, pois ele demora muito tempo para secar e está sujeito à ação de bactérias e fungos. O veterinário Alexander Bloem ressalta que o pelo longo e molhado, no inverno, pode acarretar também problemas respiratórios. Vale ressaltar que a pelagem só protege o animal das variações térmicas se estiver seca. Molhada, ela só irá fazer que o animal se resfrie mais rapidamente.
Sobretudo se falarmos de cavalos de esporte, não se pode generalizar. Muitos animais, no inverno, não engrossam o pelo a ponto de causar-lhes um transtorno no manejo. Outros, ficam parecendo ursos. Alguns são mais sensíveis ao frio, outros nem tanto. Levar em conta as características de cada animal é fundamental para uma análise do que deve ser feito.
Se o seu cavalo atleta sofre para secar no inverno, ele deve ser tosquiado. Lembre-se que o cavalo tosquiado deve usar capas e mantas. As capas de inverno, feitas de nylon, lã, soft, fleece, entre outros materiais, além de aquecerem e protegerem o animal, também evitam ou atenuam o espessamento dos pelos. Fique atento na hora de retirar a capa para que não ocorra um choque térmico.
Em um inverno rigoroso, o melhor seria trabalhar sob o sol nos horários mais quentes do dia, fugindo do início da manhã e do fim de tarde, quando a temperatura cai. Mas, com os compromissos diários ou devido ao número de cavalos a serem trabalhados, nem sempre isto é possível. Deste modo, algumas medidas devem ser observadas pelo cavaleiro quando retirar o seu cavalo da cocheira, onde ele está quente e protegido, para trabalhar.
É recomendável, em temperaturas baixas, colocar uma capa que transpire sobre as costas do animal e, assim, caminhá-lo por um tempo. Quando estiver aquecido, a capa deve ser retirada e você poderá seguir com o trabalho. O mesmo deve ser observado no término do treino. Caminhe o seu cavalo para ele esfriar, a capa que usou no aquecimento pode ser colocada novamente sobre as costas, região sensível do cavalo.
O aquecimento no inverno aspira mais cuidados. Caminhar o cavalo por no mínimo 10 minutos faz com que as articulações se lubrifiquem, os músculos se aqueçam e se soltem. Exercícios de alongamento muscular e flexionamento também auxiliam na preparação para movimentos mais exigentes.
A amazona sueca, radicada no Brasil, Pia Aragão, alerta para alguns pontos relacionados ao trabalho: “Você precisa de mais tempo para aquecer os grandes grupos musculares e conseguir que o sangue circule antes que possa pedir um esforço mais intenso”.
Após o treino, deve se impedir que os músculos esfriem rapidamente. A utilização de capas transpirantes e longo período de passo são recomendados.
O ideal é não molhar o cavalo quando está muito frio. Evitar que ele transpire demais durante o trabalho é uma alternativa, mas nem sempre possível. Escolher a hora mais quente do dia para o banho é o mais recomendável. Alguns lugares possuem água quente e um sistema de aquecimento que acelera a secagem do animal. Se não houver, deve-se colocar uma capa telada embaixo da capa de fleeze para que o cavalo seque mais rapidamente.
Segundo o veterinário, “aquecer o corpo do cavalo durante o trabalho, seja ele intenso ou não, e submetê-lo a um banho frio imediatamente após o exercício, sempre poderá pré dispor o animal ao choque térmico”.
Fonte: mundoequestre.com.br
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Bibliografia – The North America Veterinary Clinics – Equine Praticioners – Purchase Examen
No inverno, as temperaturas caem e não somos apenas nós, humanos, que sofremos com a estação. Os cavalos de esporte, sempre sensíveis, acostumados a ter quatro paredes que o protegem do sol, do frio, do vento e da chuva, também sentem o frio e precisam de alguns cuidados extras.
Alimentação e principais doenças
No inverno, as pastagens sofrem com as baixas temperaturas e a produção de feno é afetada. É nesta época que o preço dos volumosos (feno/alfafa/capim) sobe, porém, a atenção do proprietário deve estar focada na qualidade da alimentação de seu animal. O veterinário das Fazendas Interagro, Alexander Bloem, ressalta que a administração de volumosos de baixa qualidade pode gerar cólicas por compactação.Além da cólica, outras doenças costumam acometer os equinos nesta época mais fria, entre elas, a Gripe Equina, causada pelo Influenza Vírus, a Adenite Equina (o popular garrotilho) e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) – que consiste em um estado alérgico crônico com crises respiratórias.
No caso da Gripe e da Adenite, os animais suspeitos devem ser mantidos isolados dos demais. O ideal é que animais recém adquiridos sejam mantidos em quarentena antes de juntar-se ao grupo. “Como ambas as doenças são comuns onde há grande aglomeração de cavalos, é recomendado a vacinação dos animais que vivem em hípicas, grandes haras, ou ainda, os que participam de competições ou feiras agropecuárias”, recomenda Bloem.
Quanto à DPOC, a prevenção é feita com mudanças no manejo do animal, isto é, evitar friagens e choque térmico, manter a cama limpa e evitar o contato do animal com alergenos (ex: poeira, pólem). Fornecer feno úmido ou capim verde também é de vital importância.
Cuidados com a pelagem
É o inverno chegar para a pelagem dos equinos ficar mais espessa e comprida. Para um cavalo solto no pasto, a pelagem é um mecanismo de defesa que o ajuda a se proteger das baixas temperaturas e do vento gelado. Contudo, para um animal em treinamento esportivo, a pelagem muito grossa torna-se um problema já que dificulta a secagem do animal após os exercícios. Um cavalo com a pelagem longa que sua constantemente e toma banhos está mais suscetível a problemas de pele, pois ele demora muito tempo para secar e está sujeito à ação de bactérias e fungos. O veterinário Alexander Bloem ressalta que o pelo longo e molhado, no inverno, pode acarretar também problemas respiratórios. Vale ressaltar que a pelagem só protege o animal das variações térmicas se estiver seca. Molhada, ela só irá fazer que o animal se resfrie mais rapidamente.Sobretudo se falarmos de cavalos de esporte, não se pode generalizar. Muitos animais, no inverno, não engrossam o pelo a ponto de causar-lhes um transtorno no manejo. Outros, ficam parecendo ursos. Alguns são mais sensíveis ao frio, outros nem tanto. Levar em conta as características de cada animal é fundamental para uma análise do que deve ser feito.
Se o seu cavalo atleta sofre para secar no inverno, ele deve ser tosquiado. Lembre-se que o cavalo tosquiado deve usar capas e mantas. As capas de inverno, feitas de nylon, lã, soft, fleece, entre outros materiais, além de aquecerem e protegerem o animal, também evitam ou atenuam o espessamento dos pelos. Fique atento na hora de retirar a capa para que não ocorra um choque térmico.
No trabalho
Em um inverno rigoroso, o melhor seria trabalhar sob o sol nos horários mais quentes do dia, fugindo do início da manhã e do fim de tarde, quando a temperatura cai. Mas, com os compromissos diários ou devido ao número de cavalos a serem trabalhados, nem sempre isto é possível. Deste modo, algumas medidas devem ser observadas pelo cavaleiro quando retirar o seu cavalo da cocheira, onde ele está quente e protegido, para trabalhar.É recomendável, em temperaturas baixas, colocar uma capa que transpire sobre as costas do animal e, assim, caminhá-lo por um tempo. Quando estiver aquecido, a capa deve ser retirada e você poderá seguir com o trabalho. O mesmo deve ser observado no término do treino. Caminhe o seu cavalo para ele esfriar, a capa que usou no aquecimento pode ser colocada novamente sobre as costas, região sensível do cavalo.
O aquecimento no inverno aspira mais cuidados. Caminhar o cavalo por no mínimo 10 minutos faz com que as articulações se lubrifiquem, os músculos se aqueçam e se soltem. Exercícios de alongamento muscular e flexionamento também auxiliam na preparação para movimentos mais exigentes.
A amazona sueca, radicada no Brasil, Pia Aragão, alerta para alguns pontos relacionados ao trabalho: “Você precisa de mais tempo para aquecer os grandes grupos musculares e conseguir que o sangue circule antes que possa pedir um esforço mais intenso”.
Após o treino, deve se impedir que os músculos esfriem rapidamente. A utilização de capas transpirantes e longo período de passo são recomendados.
O banho
O ideal é não molhar o cavalo quando está muito frio. Evitar que ele transpire demais durante o trabalho é uma alternativa, mas nem sempre possível. Escolher a hora mais quente do dia para o banho é o mais recomendável. Alguns lugares possuem água quente e um sistema de aquecimento que acelera a secagem do animal. Se não houver, deve-se colocar uma capa telada embaixo da capa de fleeze para que o cavalo seque mais rapidamente.Segundo o veterinário, “aquecer o corpo do cavalo durante o trabalho, seja ele intenso ou não, e submetê-lo a um banho frio imediatamente após o exercício, sempre poderá pré dispor o animal ao choque térmico”.
Fonte: mundoequestre.com.br
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