A avaliação subjetiva espera conscientizar a comunidade hípica sobre a importância da equitação de base.
Realidade em países mais tradicionais no Hipismo, o Julgamento Técnico chegou ao Brasil no segundo semestre do ano passado, nas competições da Equitação Fundamental. Neste ano, o novo modo de avaliação foi implantado oficialmente pela Federação Paulista de Hipismo (FPH) e visa incentivar e valorizar o ensino de base do esporte.
Segundo o assistente técnico da FPH e responsável por colocar em prática o Julgamento Técnico na Equitação Fundamental, Luiz Ribeiro, a formação dos cavaleiros e amazonas brasileiros é muito rápida. “Existe pressa por parte dos pais, que querem ver seus filhos saltando muito rapidamente, e existe pressa por parte dos professores, que querem que seus alunos demonstrem uma boa performance e encurtam o processo para que seus alunos iniciem logo nas provas”, relata Ribeiro.
O segredo do sucesso em muitas coisas consiste em construir uma base sólida de aprendizado. No Brasil, diferentemente da Europa ou dos Estados Unidos, o foco do ensino hípico está muito no salto e no resultado final. Querendo ou não, professores, pais e alunos esquecem de todo o trabalho de base, de adestramento, que deve ser feito para atingir objetivos. A vitória deve ser encarada como consequência de um bom trabalho e não como meta primordial da equitação, especialmente na Equitação Fundamental. “O julgamento subjetivo ou técnico vai realmente expor os erros, vai mostrar aos pais, atletas e professores, que querem pular etapas do ensino, que o que se espera não é apenas um bom resultado e sim uma equitação melhor das crianças”, explica Ribeiro.
Há muitos anos, as provas da Equitação Fundamental são feitas pelo critério do Tempo Ideal, que é um tempo determinado levando em consideração a metragem do percurso e o ritmo necessário. Teoricamente, no Tempo Ideal, uma criança que fazia um bom traçado em um ritmo adequado conseguia uma melhor aproximação com o tempo estabelecido. Contudo, o que se vê são muitas crianças não preparadas para saltar, fazendo um traçado todo errado e, mesmo assim, cravando o melhor tempo e vencendo provas.
Concluiu-se que, na prática, o fator sorte é muito grande no Tempo Ideal e foi necessário avaliar quais eram as prioridades no ensino do Hipismo.
Para um cavaleiro ou amazona que monta bem e faz uma bela apresentação nas provas, é muito mais justo o julgamento subjetivo, já que a vitória será por puro mérito e não apenas sorte. A criança, nesta nova avaliação, pode ter muito mais certeza de estar trilhando o caminho certo. Além de ajudar os próprios atletas, um parecer técnico de um profissional capacitado também ajuda professores e pais a entenderem em quais pontos o cavaleiro precisa melhorar, assim, podem desenvolver um plano de ensino rumo a uma melhor equitação.
Já parte da programação das provas de Equitação Fundamental em todo o estado de São Paulo, o Julgamento Técnico é realizado por cavaleiros e profissionais renomados do esporte. Já foram juízes a treinadora Dorothy Carlson, os cavaleiros Marcelo Blessmann, Marcos Ribeiro dos Santos, Marcos Ribeiro Junior, Sérgio Stock, Ivo Rosa Filho e a amazona Lucia Santa Cruz. Ao final das provas, Luiz Ribeiro fica à disposição dos competidores para esclarecer dúvidas a respeito das notas e observações feitas pelos juízes.
Aliás, o feedback, ou seja, o retorno para o atleta sobre sua performance em pista, é uma das melhores partes do Julgamento Técnico. Nos Estados Unidos, onde a avaliação subjetiva já é realizada há muito tempo e de modo bem mais complexo, com inúmeros quesitos de avaliação, o feedback não é muito explorado. Já no Brasil, espera-se que o retorno ao aluno das posições dos juízes ajude a mudar a mentalidade da comunidade hípica, que deve direcionar sua atenção para uma melhor evolução da técnica esportiva.
Conheça os cinco quesitos avaliados no Julgamento Técnico:
1) Ritmo: será analisado se a cadência escolhida pelo ginete é adequada ao lance do cavalo e às exigências do percurso, bem como, se o cavaleiro consegue manter o mesmo ritmo ao longo da prova.2) Traçado : é o desenho que o cavaleiro faz durante o percurso. É avaliado como são feitas as curvas, a abordagem do obstáculo, se a criança entrou em linha reta, na perpendicular e no centro do obstáculo.
3) Posição : como o cavaleiro está posicionado na sela durante todo o percurso. É analisado a posição do pé no estribo, das mãos e o olhar. Duas linhas básicas são observadas: linha do ombro- quadril – calcanhar e linha do cotovelo– mão – boca do cavalo.
4) Atitude : as crianças não serão avaliadas se abordarem o obstáculo na distância incorreta, mas serão observadas as ajudas do atleta em cada situação.
5) Linhas : é analisado a estratégia escolhida pela criança nas linhas de obstáculos. Por exemplo, uma linha de 21m, teoricamente, o cavalo dará 5 lances (galopes), mas o cavaleiro pode optar por dar 6 ou 7 lances. É avaliado o planejamento, a decisão da criança e seu resultado, se os lances ficaram homogêneos, a abordagem do primeiro e a aproximação do segundo elemento.
Fonte: mundoequestre.com.br
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